Um Blog de percepções, de afetos e algumas bobagens cotidianas.


terça-feira, 26 de maio de 2009

PLIET.


Eis que finde passado levei meus avós para assistir ao Ballet Nacional de Cuba, liderado pela grande Alicia Alonso, a vovó do ballet, que trouxe a Porto Alegre o espetáculo Giselle. Eu tinha me esquecido como o ballet clássico envolve a gente, um drama só...a história que me fez chorar (eu sou muito bobalhona) era mais ou menos assim: Giselle, pobre Giselle, era uma caponesa linda que despertava a atenção de todos no reino. Um nobre se apaixona por ela e mente pra ela que é um camponês, só pra ganhar a moça. Ela se apaixona por ele. Mas a Giselle tem outro apaixonado, esse sim é um camponês, que decide entregar o mentiroso, achando que vai agradar a Giselle. Mas a Giselle fica tão abalada que morre de desgosto (que horror). No segundo ato ela, passando dessa pra outra melhor, aparece toda de branco, assim, meio alma-penada mesmo, e faz uma visita pro pobre galã que penava chorando em cima do túmulo (culpa, a maldita culpa). Ela protege o namoradinho das tais Wilis (almas-penadas que capturam os homens que circulam no vale, e fazem eles dançar até a morte!) e impede que elas o matem.



O ballet é uma grande encenação sem diálogos. A gente imagina tudo. Acho que talvez esse fosse o maior encanto que me fazia implorar para minha vózinha me levar às apresentações, que eu me lembro serem frequentes na Ospa. Eu saía rodopiando. eu queria ser bailarina.

Acho que eu ter levado minha vó no ballet foi uma grande reconciliação com ela, porque até hoje ela achava que era culpa dela eu não ter seguido carreira...haha.
Ela me deixou de molho lá na escolinha, eu tinha uns 5 anos. Foi comprar verduras. Eu achei que ela tivesse me deixado lá e nunca mais quis voltar. Sonho cor-de-rosa amarelou junto com o pimentão que ela carregava na sacola de feira.

Mas não sei se eu fazia o tipo bailarina...

Bem, viva Alicia Alonso, viva o Ballet, viva os rodopios da vida.
E viva os meus avós que toparam a empreitada e sairam com um sorrisão rasgado no rosto.

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