Um Blog de percepções, de afetos e algumas bobagens cotidianas.


terça-feira, 31 de março de 2009

MEU CURSO NA UNIRITTER

ANTROPOLOGIA DA COMUNICAÇÃO VISUAL URBANA

Estão abertas as inscrições para curso de extensão em Antropologia da Comunicação Visual Urbana, na UniRitter, em Porto Alegre. As aulas acontecem de 08 de abril a 27 de maio, sempre às quartas-feiras, das 14h às 17h e são ministradas por Camila Farina, sócia da empresa gaúcha de comunicação cultural Maria Cultura e pela arquiteta Michelle Farias Sommer, sócia da Nau Produtora.

O curso é dirigido a profissionais e estudantes das áreas de design e arquitetura e tem o objetivo de incentivar o participante no exercício de projetos destas áreas, através de noções de estética e ideologia nos objetos arquitetônicos e mobiliários urbanos. Durante os encontros serão abordadas as relações do homem com o ambiente urbano, bem como com os objetos que utiliza e consome. Mais informações e inscrições, no site da UniRitter (www.uniritter.com.br).

sábado, 28 de março de 2009

SOBRE COISAS QUE REALMENTE DEVEMOS PERDER

fazendo uma limpa no meu computador eu comecei a encontrar fotos de coisas que eu tinha perdido. tem uma joaninha na minha perna agora! mas isso foi só um desvio na rota desta conversa.

voltando as coisas que a mim não mais pertencem, entre elas está algo muito especial. um pingente de maria que eu ganhei da rafa. não sou muito apegada a coisas materiais, até porque eu já me entendi como uma pessoa aérea, vivo no mundo das idéias e quando vi...puf, já foi.
bom, graças ao advento da fotografia, em especial da fotografia digital, que nos incentiva a ficar fotografando tudo a toda hora, eu guardei algumas fotos dessa maria que andava comigo no pescoço.



e ainda dentro desse assunto sobre coisas que devemos ou não perder, sugiro fortemente que as pessoas percam essa mania de consumir produtos light, diet e afiliados. quem me conhece sabe o horror que eu tenho dos falsos-doces e vai ouvir novamente a história que eu conto sobre a época que eu morei na Flórida, quando se proibia qualquer produto que tivesse adição de aspartame. porque fazia muito mal. uma coisa que adoça mas não é açucar e ainda por cima tem gosto de remédio não pode fazer bem pra sua saúde.

existem pesquisas a respeito, mas também existe a indústria, que não vai deixar que a gente deixe assim tão rapidamente de consumir lights e diets. em 2005 saiu uma matéria no fantástico que falava sobre um estudo realizado pela fundação Ramazzini, iniciado em 1997, que testou aspartame em 1,8 mil ratos durante a vida deles (dois ou três anos, que corresponderiam a 30/40 anos na vida de uma pessoa).

constatações interessantes sobre os testes com os ratinhos:
1. nenhum rato emagreceu sequer uma grama;
2. 20% dos ratos de um dos grupos tiveram leucemia.

e viva a coca normal.

terça-feira, 24 de março de 2009

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Evoluo.

eu evoluo a cada dia, a cada momento. eu evoluo porque me recrio, porque me transformo e quando me transformo me afirmo. quando me afirmo digo ao mundo quem eu sou e porque eu vim. evoluo quando aceito, evoluo quando digo não. evoluo quando me comunico e evoluo quando prefiro ficar calada dentro da minha caverna. evoluo quando passo a compreender as coisas e amar as pessoas. evoluo quando eu amo e estou amando. evoluo quando aceito meu passado e desejo meu presente. quando entendo o meu limite, quando supero as barreiras imaginárias. evoluo quando crio e quando criando eu transformo tudo ao meu redor. evoluo porque vivo.

darwin, que há 200 anos apareceu aqui na terra, se dedicou a compreender a evolução das espécies e assim descobriu entre tantas coisas, que os seres mais adaptáveis ao meio sobrevivem.

vale visitar a mostra lá no Museu de Ciências e Tecnologia da PUC.
REvolução de Darwin.

quarta-feira, 11 de março de 2009

O extra-corpo que não saiu de mim

Ontem ganhei ingressos para visitar a mundialmente aclamada exposição Corpo Humano Real e Fascinante. O site oficial não funciona, por isso estou colocando o link para o site da mostra no Rio, de onde tirei algumas das informações que relato abaixo.
A concepção dessa mostra polêmica é do médico norte-americano (mucho-louco) Roy Glover, que resolveu oferecer um tom didático ao trabalho de "dissecação artística" que pode ser acompanhado pelos visitantes. Segundo o site da mostra no Rio, para montagem da exposição foram trabalhados 16 corpos e 255 órgãos verdadeiros que revelam além da fascinante anatomia humana, o cuidado e a minúcia dos cortes precisos e das montagens criativas feitas pelo médico-artista.

Segundo o site, todos os corpos e órgãos exibidos são de pessoas que tiveram morte natural, que optaram por participar de um programa de doação de seus próprios corpos em benefício da ciência e da educação, realizado pela República Popular da China. A iniciativa fornece material anatômico para comunidades médicas e científicas, para fins educacionais e de pesquisa, não só em solo chinês - onde estão os maiores especialistas na dissecação de corpos - como também no exterior. 

Essas informações tornam a mostra ainda mais interessante, mas o que realmente me pegou nessa história toda foi a sensação de estar em um ambiente expositivo rodeada de cadáveres. Cadáveres expostos como obras de arte, cadáveres que por vezes me faziam duvidar ou até esquecer da sua condição morta, pois pelo tratamento que receberam, pareciam réplicas de seres humanos em borracha. E que por outras vezes me faziam pensar na sua real existência, naquelas pessoas que um dia tiveram um espírito conectado àqueles corpos um dia vivos, com unhas, pelos, poros e pele a vista.

Vez ou outra eu ouvia um gemido. Gemidos de espanto, nojo, ou surpresa vindos de pessoas vivas a minha volta, que como eu, esqueciam por certos momentos de tentar pensar na condição não-viva daquelas ex-pessoas e se concentravam nas informações mais técnicas. Impossível não pensar "e se fosse eu aqui". Impossível não pensar no processo de produção disso, não pensar no extra-corpo. Quem foram essas pessoas, como acabaram suas vidas, porque aceitaram essa proposta bizarra? 

Vale reservar uma tarde ou uma noite para visitar a mostra. Algumas fichas acabam caindo. A gente se enxerga por dentro em uma verdadeira aula de anatomia e percebe que é muito mais forte do que imagina, se cuidar do corpo. Mas pode ser muito frágil também se descuidar da alimentação, se tiver uma vida turbulenta, fumar, beber descontroladamente - vai lá ver o pulmão do fumante e o fígado com cirrose...

Então pra mim que gosto de tirar de cada experiência uma lição, a que ficou dessa visita foi que o nosso corpo é uma verdadeira locomotiva e que cada pedacinho dele é lindo e se conecta com os outros para que essa máquina possa andar. Tudo aqui tem uma função. Então me parece que cabe a nós uma certa colaboração para facilitar os processos.

Fora isso eu percebi que certas pessoas tem uma facilidade imensa de separar as coisas. Separar, por exemplo, o corpo, da alma. Esquecer ou não se importar com o passado daqueles corpos, com a energia que um dia foi canalizada por eles. Eu não. Eu tentei e não consegui parar de pensar nas "pessoas", naquelas pessoas que habitavam aqueles corpos. Para mim era ali que morava o verdadeiro fascínio, o mistério, a pergunta que não quis calar.

domingo, 8 de março de 2009

fantástica e invencível

Hoje é dia da mulher e eu ainda implico com dias especiais para pessoas especiais, isso acaba tratando o "especial" como "diferente", o que se aproximaria muito de certo preconceito, o que me incomoda.
Mas é tanta atenção para o tal dia da mulher que eu não pude deixar de parar pra pensar sobre o que é ser mulher hoje. Pensei em mim e na mulher em que me tornei. Lembrei então da mulher mais linda que eu já conheci, que com certeza tem enorme influência no que sou e que se afastava muito do ideal da mulher atual, mas mesmo assim conquistava o meu amor, o maior amor que tive, incondicional e eterno. Minha avó Alda. Um anjo que pousou aqui na terra pra segurar minha mão e me dar muito bolo de chocolate e coragem pra enfrentar a vida de frente. 
É muito difícil escrever sobre a minha avó, pois quando penso nela não consigo conter as lágrimas e isso geralmente acontece quando penso em pessoas que me amam ou me amaram muito. Parece que eu vejo ela do meu lado, propondo brincadeiras malucas que eu adorava: vamos brincar de manicure? E me oferecia os pés e as mãos corajosamente, depois que preparavamos juntas o potinho com água quente, uma coleção de esmaltes, toalhinha, lixa e tudo o que uma boa manicure deve ter para fazer um trabalho profissional! - não que eu fosse das melhores, hoje penso que minha vó era muito corajosa!
Vó Alda me deixava experimentar todas as roupas que ela tinha no armário, me deixava ajudar em todas as receitas e inclusive beliscar enquanto fazíamos (eu amava massa de bolo crua!), me ensinou a botar a mesa, a fazer tricot, a lavar a louça e a cozinha - adoro faxinar, mania de limpeza eu herdei da Aldinha!
E eu gostava de ver ela bem arrumada, embora saísse muito pouco, quando isso acontecia eu fazia questão de opinar e ajudar na produção. Vó, bota batom vermelho, vó, bota um sapato de salto, vestido, pulseira, anel...ela não era muito chegada, mas pra me ver de olho brilhando ela fazia tudo.
E nos divertíamos. Foi minha mãe vezes dois, minha amiga, minha professora da vida. Quando saíamos de férias, eu, meu pai e minha mãe, eu sentia uma saudade dolorida, na época não tinha celular, então eu ia ligar sempre do orelhão pra dizer pra vó que tinha ido pro mar, que ele tava quentinho como ela gostava, que não tinha sapo na casa - ela tinha horror dos anfíbios - e que eu voltaria logo pra gente jogar ludo.
Eu prefiro parar por aqui nas lembranças da vida, isso para lembrar do que ficou e de como é bom ser mulher e poder cultivar amores. Ser forte e feminina, cuidar e ser cuidada. Ser fantástica e invencível. Mas acima de tudo, ser eterna. Como minha vó.

Onde tu estiveres, vó, saiba que eu te amo.
Vou escanear uma foto nossa e postar aqui.